O que é beleza?

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beleza através dos tempos

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Semiótica, design e corpo


Discursos da Moda : Semiótica, design e corpo - Káthia Castilho e Marcelo Martins
Enfâse - Capítulo 3 - Corpos significantes e marcas da contemporaneidade

Creio que o livro visa sistematizar uma maneira de estudar a moda e entender sua relação entre corpo e vestuário. Ela expõe desde a produção de uma roupa até os desejos e necessidades que ela desperta no sujeito-usuário, por meio das campanhas de divulgação. Os autores avaliam que um sujeito utiliza o aparato indumentário (roupa e acessórios) como expressão de sua subjetividade diante de grupos particulares ou do próprio mundo globalizado.

Porém de acordo com o tema escolhido para monografia que transpassa valores como o culto ao corpo através de metamorfoses se utilizando de próteses endodérmicas, exodérmicas e indodérmicas, preza-se mais a parte em que a autora fala a respeito do corpo e suas relações culturais, identitárias e coletivas através das mudanças corporais para que assim as mulheres possam se reconstruir como queiram e assim se sintam bem.

Traços da moda e traços do corpo na remodelagem de uma mídia e na construção

de um dizer pela presença

A anatomia do corpo humano é constituída por configurações chamadas bio- morfológicas,nos quais, plasmam características étnicas e genéticas, que, por sua vez, conferem a ele determinadas particularidades que vão diferenciá-lo de “outros” corpos humanos.Deste modo, o corpo pode ser entendido como “primeira pele”, texto que suporta e manifesta uma combinatória de traços identitários que formam o seu design.

Dentre os conjuntos formadores da plasticidade corpórea, destacam-se: a cromaticidade, relativa à cor e à tonalidade da pele ; a materialidade, que diz respeito à tipologia e à textura da epiderme;a topologia,que concerne à altura, ao volume e à proporção do corpo e, por fim, pode-se considera ainda o aspecto eidético do corpo, que diz respeito à sua forma, isto é, seu contorno e silhueta.(como mencionado no post anterior).

A transformação está presente na vida da humanidade, e no caso da temática mencionada, a mulher é o agente que mais gosta de se transformar, principalmente no espaço de tempo em que se está falando: o presente .

Entendido como sujeito agente construtor de uma história, num determinado tempo e espaço, reorganiza a plasticidade primeira do corpo, agindo justamente sobre seus traços identitários.

Querendo se metamorfosear para assim se reconstruir e ser como almeja, ou pelo menos se aproximar disso. Assim, nas diversas culturas, é possível reconhecer um sem-número de re-designs de corpos, edificados a partir de modificações que respondem a anseios e a necessidades individuais, que, em última instância, fazem construir, pela diferença, similaridades de tribos, gangues, guetos etc.

No nível endodérmico, as transformações corpóreas vão da prótese médicainterna ao chip, passando pelo silicone e pelo piercing; no nível epidérmico, ela concretizam-se pelas tatuagens, pelas cicatrizes, pelas escarificações e pelas próteses médicas externas; no nível extradérmico, as transformações dialogam com a moda indumentária, que, num primeiro momento, será exemplificada, aqui, com a crinolina de roupa, a bengala e os óculos.

Em movimentos cíclicos, a moda revisita determinados tipos de transformações, traduzindo-as com elementos e materiais tecnológicos de seu momento presente e, muitas vezes, tais transformações passam por releituras,do ponto de vista do sentido, que dizem respeito aos diálogos que estabelecem entre o antigo e o moderno.Assim, referências de várias ordens, sobretudo as intertextuais, podem ser recuperadas nos estudos dos componentes das transformações corpóreas do ser humano. Ao aderir a determinadas transformações corpóreas, sejam elas inscritas no nível endodérmico, epidérmico ou extradérmico, o ser humano redesenha o seu corpo e impõe-se como presença,constituindo e marcando a sua identidade perante um grupo, seja para se exibir ou se alcançar o padrão midiático lançado no presente tempo.

Nos estudos de moda realizados na contemporaneidade, não se podem dissociar, porém,o corpo e a moda indumentária: além de constituírem um texto único, diferenciando um corpo-suporte de “outros” corpos-suportes, retro alimentam-se nas possibilidades e nas potencialidades de re-design tanto do corpo propriamente dito, como da moda. Este movimento, aliás, se instaurou como um dos aspectos do discurso fundador da moda, como a entendemos hoje, já em seu aparecimento (cf.Castilho, 2004).

O Livro todo é bastante interessante por falar de assuntos que me interessam particularmente, porém o capítulo 3 – Corpos significantes e marcas da contemporaneidade vai falar justamente das próteses, metamorfoses e do culto ao corpo, mesmo que indiretamente, afinal ninguém muda o corpo atoa, sempre existe um motivo: impulsionado pela sociedade de consumo em que vivemos atualmente , o qual, o corpo virou um produto, impulsionado À alcançar padrões almejados ou simplesmente para se exibir ou criar novas subjetividades para o seu “eu”. Vive-se em uma época , a qual, a crise identitária está cada vez maior, e muitas vezes a mudança exterior ajuda alguns a buscarem o que almejam: uma nova identidade.

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