O que é beleza?

O que é beleza?
beleza através dos tempos

sábado, 11 de julho de 2009

a partir da pesquisa... começando capítulos do trabalho acadêmico

“ Meu corpo não é meu corpo É ilusão de outro ser. “
Carlos Drumond de Andrade.
2- CULTO AO CORPO FEMININO: “ÚNICO” X “DIVERSO”

2.1- Culto aos corpos e suas respectivas analogias

A concepção de corpo na contemporaneidade foi transformada, assim como o seu papel na construção da subjetividade, necessita-se analisar como a beleza é idealizada atualmente e como as mulheres são ou não seduzidas pelos arquétipos atuais de corpo, beleza e saúde.

No contexto, destaca-se a temática do culto ao corpo feminino nos tempos atuais no Brasil sob novos ângulos, confrontando duas possibilidades de se cultuar o corpo, ambas chamadas de culto, por serem formas de veneração e adoração para com o corpo. Estes dois tipos de culto ao corpo foram denominados: “único” e “diverso”, denominações estas originais, criadas a partir de pesquisas realizadas.

Estas pesquisas foram feitas, através do livro Moda e Linguagem da brasileira, mestre em comunicação e semiótica Káthia Castilho, que propõe uma discussão sobre a reconstrução do corpo através da moda, daí surge uma idéia de redesenhar o corpo feminino através do traje, e por assim dizer, através da própria moda. Então, surge o conceito do culto ao corpo “diverso”, ao se utilizar da moda para cultuar o corpo.

Outras pesquisas foram realizadas a partir do livro Adeus ao corpo do antropólogo Francês David Le Breton, que em alguns capítulos fala a respeito de como o corpo atualmente é elemento do próprio self e de como a interioridade de cada um é visto como constante esforço de exterioridade, ou seja, nas palavras do autor (LE BRETON.2008. p 29): “ É Preciso se colocar fora de si para se tornar si mesmo”, daí surge o conceito de culto ao corpo “único”, o corpo se moldando plasticamente de acordo com a vontade de seu próprio dono.
Sendo assim, a dicotomia apresentada defende duas maneiras possíveis de se cultuar o corpo. A primeira delas chamada de única desvenda à mulher dona do próprio corpo que se sente a vontade por poder se moldar como que lhe for conveniente.

O perigo do culto ao corpo “único” está em quando essas metamorfoses têm como principal objetivo a tentativa de alcançar o padrão vigente de beleza, o corpo pronto da mídia; ou quando essas mudanças são doentias e excessivas; dando um caráter patológico a estas modificações corporais, ou seja, a mulher se torna corpólatra, palavra esta originada de corpolatria, que segundo Codo e Senne (1985.p.12). É mais que cultuar o corpo é torná-lo uma religião, em suas palavras:


Arquiteta-se uma cosmovisão a partir do próprio umbigo, o corpo e as práticas que visam reconhecê-lo se transformam em panacéia para todos os males, novo elixir capaz de inventar a felicidade. Paralelamente, com a necessária reintegração do corpo, com a urgente revalorização do prazer se estrutura um verdadeiro culto ao corpo, em tudo análogo a qualquer religião, dogmática e idólatra como soem ser as religiões em uma palavra, assistimos hoje ao surgimento de um novo universo mágico: A corpolatria.


A corpolatria não é meramente um culto, nas próprias palavras do autor , ele enfatiza :que é um verdadeiro culto, pois ultrapassa os limites de apenas ser uma veneração.O autor faz uma analogia entre corpolatria e uma verdadeira religião, que precisa ter: dogmas,milagres, penitências, templos e adeptos para existir de fato.

E a estes milagres da cirurgia plástica, do botox, de redutores de apetite; a estas penitências: dor, sacrifício e danos; aos milhares de templos: academias, clínicas e finalmente aos dogmas de amar a si mesmo sob todas as coisas, de ninguém ir ao homem senão pelo seu corpo, dentre outros (Codo; Senne. 1985; p.13), Vários se tornam adeptos, principalmente as mulheres que pretendem alcançar a juventude eterna e todas as outras características do padrão vigente através da corpolatria.

Ao encontrar encalço para estes processos, as mulheres que se utilizam destes meios para cultuar o corpo, se tornam viciadas ou se tratando dessa chamada religião, fanáticas por suas aparências similares às mulheres magras, secas e saradas, dentro do padrão de beleza. De acordo com as pesquisas da psicóloga Rachel Moreno em seu livro Beleza Impossível (2008 p. 49) este arquétipo de beleza é um padrão fora do comum para mulheres brasileiras que costumam ser morenas e ter quadris largos, ou seja, é um padrão absolutamente europeu, além de ser magra e alta a mulher tem que ter cabelos lisos e claros, traços finos, pele clara e ser jovem.

E dentro desse modelo, algumas mulheres brasileiras são levadas a viver, tanto pela lógica do consumo, quanto pela lógica da mídia e da moda. E falando nesta última, inicia-se aqui uma primeira analogia entre esse culto ao corpo “único”, ou seja, o culto ao corpo pronto que a mídia oferece; e a moda comercial que exerce grande fascínio nas mulheres que querem exibir estes corpos e não redesenhá-los em um processo criativo e inovador.

A Primeira marca analisada foi a Vide Bula, que está há 22 anos no concorrido mercado de jeanswear e é considerada uma das marcas mais famosas, ao traduzir as atitudes jovens no mercado da moda.

A marca Vide Bula, cujos irmãos Roberta Navarro e Giácomo Lombardi são os principais estilistas é um exemplo de uma marca voltada para um público alvo que almeja o padrão de beleza vigente A Vide Bula nasceu da parceria destes irmãos, com o marido de Roberta Navarro e mais tarde com a parceria de Adriana Rios, mulher de Giácomo. A Vide Bula a princípio tinha certa criatividade, um espírito de inovação nas primeiras coleções as quais foram feitas estampas inspiradas em grandes filmes americanos dos anos 50 e pouco a pouco, as criações foram ganhando motivos irônicos e polêmicos, como as calças com desenhos de espermatozóides.

Porém, mais tarde, ela foi se tornando mais uma marca comercial no mercado que se importava precisamente em vender as roupas e ter lucro. Com modelos sempre joviais marcando ou exibindo os corpos, a Vide Bula, demonstrava ano após ano uma certa decadência em termos de criatividade e inovação. Calças baixas que apertavam e marcavam uma “segunda” cintura, fizeram quase um papel de prótese externa, colaborando na deformação do corpo feminino e cada vez mais se tornaram comuns. Elementos repetitivos de ano em ano eram desfilados e vendidos em lojas, não havia novidade. As mudanças eram poucas, quando muitas variavam as cores, mas nunca os shapes e os modelos, que sempre giravam em torno de calças baixas, mini saias, blusinhas e macacões.

Esta marca comercial que visa apenas lucro serve de complemento ao cultuar o corpo único. Quando uma mulher está disposta a investir neste tipo de culto ao corpo, ela precisa de roupas que se encaixem perfeitamente no seu corpo e exiba de fato todo o trabalho de transformação pelo qual ela passou. Toda recompensa é justamente exibir todo o seu gasto, empenho e investimento neste corpo que não é originário dela, pois foi cópia de outro corpo ou fruto de sua imaginação. Mas como ela o refez e pretende exibi-lo como prêmio e conquista adquirida é o corpo que ela comprou e cultuou de tal forma que ele não é mais seu corpo original, é um corpo remontado por ela com interferências externas.

Em seu livro A sociedade do consumo, Baudrillard resumiu em poucas palavras a importância do corpo para a sociedade atual:



Na panóplia do consumo, o mais belo, precioso e resplandecente de todos os objetos – ainda mais carregado de conotações que o automóvel que, no entanto, os resume a todos é o CORPO. A sua “redescoberta”, após um milênio de puritanismo, sob o signo da libertação física e sexual, a sua onipresença (em especial do corpo feminino...) na publicidade, na moda e na cultura das massas – o culto higiênico, dietético e terapêutico com que se rodeia, a obsessão pela juventude, elegância, virilidade/ feminilidade, cuidados, regimes, práticas sacrificais que com ele se conectam, o mito do prazer que o circunda – tudo hoje testemunha que o corpo se tornou objeto de salvação. Substitui literalmente a alma, nesta função moral e ideológica. (BAUBRILLARD, 2005, p. 136).



Essa tamanha importância adquirida nos dias atuais, vem de uma premissa simples que diz que a imagem ganhou de fato um predomínio sobre as palavras. Ao analisar o contexto em que essa questão da imagem corporal e física em geral surge no imaginário da mulher, percebe-se que todo incentivo de cultuar o corpo desta maneira pronta vem da mídia. Esmera-se pelo corpo dito saudável, enfatiza-se o bem-estar e a felicidade, acima de qualquer modelo estereotipado, e tudo isso invade a casa, a mente, o corpo das mulheres que cultuam ou pretendem cultuar esse padrão.

O valor desejável é a conquista de um corpo magro que é aliado erroneamente ao conceito de saúde e beleza; enfim, os veículos de comunicação pretendem mostrar que seu papel é importante e continuam fazendo essa associação: imagens de corpos magros, a pessoas bonitas, saudáveis, bem sucedidas e como resultado tem-se um mercado de moda, dentre outros produtos voltados para este tipo de consumidor, que aceita e compra este ‘conceito’ pronto da mídia.

Em contrapartida, a este culto ao corpo “único” e suas interfaces mencionadas, existe o culto ao corpo “diverso”, culto este, que pretende alavancar o mercado da moda criativa e alternativa como meio de cultuar e adorar o corpo original de cada mulher.

A formação do corpo feminino brasileiro vem de um longo processo sócio-cultural e histórico que não é foco do trabalho, mas que deu origem a uma raça de misturas étnicas variadas. As mulheres brasileiras em sua maioria são morenas de cabelos e olhos escuros, quadris largos, são mulheres de formas e popularmente são chamadas de mulheres corpulentas.

Este corpo original e “natural” por um lado é considerado indesejado, mas por outro lado existe uma minoria que aceita seu próprio corpo e apesar de sofrerem com a exclusão por justamente serem minoria, buscam maneiras alternativas de cultuarem seus corpos.

Uma dessas maneiras se dá através da moda. Muitos estilistas alternativos buscam maneiras de embelezarem as mulheres através da roupa. De acordo com o livro Moda e Linguagem de Káthia Castilho (p.122.2006): “As linhas que compõem a estrutura plástica do corpo podem ser renegadas pela construção do traje que , parcial ou completamente, objetivando instaurar um discurso que amplie e diferencie a anatomia humana, propõe uma alteração ou ostentação da forma do corpo como categoria do revelar/não revelar a estrutura corpórea subjacente à plástica da moda.”

Quando Castilho (2006) propõe essa discussão, ela parece estar utilizando da plástica da roupa para reinventar o corpo de maneira a fazê-lo sobressair ou não, mas tendo como principal objetivo mostrar que é possível esta reconstrução, sem modificar de fato o corpo, mas reinventando-o através do traje, criando assim novos formatos.

No entendimento da linguagem corporal, ao que parece, a mulher que não está inserida no padrão vigente e nem pretende estar, pode se adornar e se embelezar de maneiras múltiplas ao se utilizar da moda, através de estilistas criativos e alternativos para se sentir bem e não se sentir relativamente ‘excluídas’ do mercado; afinal, se existe o mercado é por que não existe exclusão.

Pode ser que este mercado ainda seja tão grande ou provedor de muitas empresas e que este corpo original de cada uma, não seja tão bem aceito pela maioria tanto quanto o corpo pronto oferecido pela mídia; mas é possível que estilistas lancem no mercado tantas novidades em shapes, estampas e modelos de forma geral, que o mercado possa acabar se expandindo e alcançando mais pessoas.

Enquanto isso não acontece, pode-se ter como exemplos e parâmetros para tal proposta, estilistas como Ronaldo Fraga, Nilo Villaventura, Esther Bauman, dentre outros pesquisados. Como principal exemplo, sem dúvida nenhuma, recorre-se a Ronaldo Fraga, por sua expressividade não só com a roupa, mas também com o corpo em diversas coleções. Sua linguagem é diversificada e a cada coleção mudanças ocorrem e novas expectativas vão sendo criadas pelos seus espectadores e clientes.

Em sua coleção “Giz” de outono/inverno realizada em 2009, o suporte para as roupas foi de novo alterado. Ao invés de modelos convencionais, foram colocados na passarela senhores e senhoras idosas e crianças para desfilar. Os shapes desta coleção, de acordo com Ronaldo, foram como o corpo pede, ou seja, as roupas foram feitas para se adaptarem a cada formato de corpo. e de acordo com o blog de Ronaldo Fraga:“ Nesta coleção, as roupas são desenhadas em volumes sombreados na tentativa de transportar do quadro negro para a vida real, personagens de giz. Preto, branco e cinza colorem sedas, linho, lãs e bases de algodão. Cordas e tecidos manipulam conceitos de feio e bonito, eterno e efêmero, improvável e irônico.”

Em sua outra coleção, “Corpo Cru”,de primavera/verão realizada em 2002, o estilista levou para a passarela a idéia de que o corpo foi dar uma volta e deixou suas roupas, que por sua vez se transformaram em "corpo cru". As roupas foram penduradas em cabides que giravam através de uma parafernália e lembravam ganchos de açougues A falta de um corpo nas roupas obrigava as pessoas a imaginarem o caimento das peças e ressaltava o aspecto de conforto, presente em toda a coleção. Além de fazer a todos questionarem a respeito da falta do corpo; que corpo era aquele que faltava? Seria uma crítica? Uma desconstrução aos conceitos construídos pela mídia e pela indústria de consumo?

Ronaldo Fraga cria soluções para seus questionamentos, cria resoluções para suas problemáticas polêmicas que muitas vezes consciente ou inconscientemente coloca nas passarelas. Estilistas como ele, fazem com que mulheres com corpos normais e originais se cultuem através de sua moda, de seu estilo.

Quando colocam sua roupa no corpo percebem um diferencial, algo muda. Através de shapes e estampas criativas que embelezam e serve para qualquer corpo, a diversidade de sua criação permite o encaixe perfeito na diversidade de corpos encontrados e pelo viés da moda costura-se um caminho diferente para se cultuar, se venerar os corpos de cada mulher sem tirar pedaços.

Neste caso a roupa de fato se torna uma segunda pele que reveste a primeira, ou seja, exibe formas e/ou contra-formas; seja escondendo todo o corpo ou mostrando determinadas partes. A roupa se torna segunda pele por ter um diálogo real com a primeira pele, por de fato estar construindo ou reformulando algo junto desta e não apenas por estar revestido este corpo.

Esta análise visual, só é possível por que a moda alternativa tem o que significar, por que existe um conceito fundamental por traz daquilo que parece ser apenas tecido, modelagem e costura: é como uma obra aberta, livre para interpretações. A moda comercial já é apenas o óbvio ali, cravado, existe uma linguagem, porém já é determinada, arbitrária e quase que imposta por quem a consumou. Espera-se apenas o lucro em termos quantitativos ou em termos qualitativos de venda, afinal, têm-se grandes marcas comerciais que são bem caras e destinadas a um público de alta renda, mas também há as pequenas marcas que ganham no sentido quantitativo.

Diante de duas modas, têm-se dois corpos e duas possibilidades de cultuá-los, resta às mulheres brasileiras determinarem a melhor forma de cantarem seu hino à liberdade. E talvez de não se encaixarem em nenhuma categoria, afinal categorias são criadas para facilitar o direcionamento teórico e nem sempre para imporem limites. Cultuando o corpo diverso, pode-se total liberdade e com o culto ao corpo único existe também uma possibilidade de diversidade que fica dependente da escolha que cada um fizer.



domingo, 28 de junho de 2009

Perguntas que não querem calar!!!


O que é corpolatria?
Ela é um exagero particularmente no sentido ‘narcisístico’ da aparência ou embelezamento físico, que por outro lado é também caracterizado no sentido do espetáculo, ou seja, não é apenas por que as pessoas cuidam do corpo e da saúde que elas exercem a corpolatria, mas sim se o exagero com os cuidados corporais ficam em primeiro lugar e a saúde de fato fica esquecida em segundo plano. A beleza se torna uma prioridade incansável na vida da mulher; enfim, o culto ao corpo ultrapassa os limites do próprio corpo permeando a patologia.

Por que a indústria não se apega a uma porcentagem maior do mercado, para que pessoas pertencentes ao corpo “diverso” possam se beneficiar?
Por que a indústria iria gastar muito mais com tecidos, aviamentos e mão de obra e apesar de gerar empregos, seu maior interesse é lucrar diante do mais fácil. Se o corpo único foi bem aceito no mercado e as pessoas parecem se esforçar para alcançá-lo, este corpo será explorado de todas as maneiras possíveis pela mídia, pela indústria da moda (consumo), dentre áreas do mercado para de alguma forma extrair das pessoas o máximo possível, até mesmo enganando-as com seu marketing permissivo e de certa maneira enganador.
Ser Saudável é ser bela e magra?
Muitas vezes o marketing de um produto, por exemplo, vende saúde, magreza e beleza em um mesmo pacote, e nem sempre estas podem estar associadas; esta saúde vendida neste pacote pode confundir as pessoas com relação ao que significa ser saudável de fato, ou seja, não necessariamente equivale a ter um corpo magro e belo. Pode-se ser média ou gorda, ser bonita e ser saudável, cada elemento vem separado ou junto, o importante é perceber que estes elementos são independentes, sem contar que o elemento beleza é estritamente relativo.

Pode-se cultuar o corpo sem danificá-lo, modificá-lo ou ferí-lo?
Culto quer dizer adoração ou veneração, por isso se caminhar pelo viés da moda alternativa . É possível que eu cultue meu corpo adornando-o me utilizando de elementos externos para enfeitá-lo e assim posso estar ritualizando-o, embelezando-o, sem que Interfira em sua forma ou o moleste.

Estilistas Brasileiros Pesquisados

Corpo diverso e moda alternativa:
Lino Villa Ventura verão 2009 - Para encerrar o SPFW de verão 2009, o desfile de Lino Villaventura. O tema eram as formas: o quadrado, o círculo e o triângulo. Com esses elementos, o estilista criou um jogo de armar, “uma brincadeira de gente grande” que se desdobrou em uma grande coleção de vestidos e túnicas para as moças, calças e camisas para rapazes ousados. Nesta coleção Lino volta a ser o criador barroco e delirante com quem estávamos acostumados. Todas as cores do arco íris estavam presentes nos looks que entravam na passarela, reforçados por uma belíssima beauty art de Marcos Costa e de cabeças desenhadas pelo próprio Lino.







Juliana Jabour - Inspirada pelos anos oitenta, Juliana Jabour não seguirá a onda minimal que tem tudo para dominar o verão. A estilista mantém sua veia girlie apostando em uma coleção marcada por excessos. Eles aparecem nos laçinhos e laçarotes, nas mangas bufantes, nos plissados, bolsos e volumes acentuados. A década que serviu como pano de fundo também é visível nos paletós alongados, saias de cintura alta e ombros estruturados. Nas saias e vestidos, o shape blouse dominou, mas o balonê também dividiu a cena. As cores fortes como melancia e amarelo cítrico se contrastam com tons neutros como off white e preto. Nos pés, Juliana continua com as ankle boots que dão o peso ao seu universo extremamente feminino














Santa EphigÊnia - Virada da marca- coleção conceitual


Quem diria que um dia a mulher Sta. Ephigênia iria usar uma roupa tão contemporânea. Já na coleção passada Luciano Canale apresentou uma ótima injeção de frescor na marca, eliminando quase que por completo aquela vontade clássica, meio aspirante a alta-costura que a marca vinha apostando nas últimas coleções. O que continua cada vez mais forte é essa elegância e sofisticação quase que natural de cada peça de roupa.










Coleção 2007- Ronaldo fraga- Tema : Nara Leão

Para homenagear Nara Leão, Ronaldo Fraga promoveu uma apresentação performática, delicada, cheia de referências à cantora. Desta vez no papel de autora da obra, foi Nara Leão quem ganhou a interpretação de Fraga. A música cantada pelo estilista para o Verão 2008, então, mais uma vez mostra que, além de fazer bonitas homenagens, o estilista continua a contar bem a história do seu próprio estilo, tão genuíno e particular, com bom humor, ironia, estampas marcantes, formas soltas no corpo. As saias normalmente abaixo do joelho, outra característica de Fraga, continuaram a aparecer e não foram vencidas nem pela vontade do estilista de homenagear os joelhos sempre à mostra de Nara Leão. Mas está aí uma das novidades da coleção: alguns modelitos são, sim, curtinhos, com destaque para os vestidos com decote assimétrico, tringular, formado por tecido transpassado, dos modelos usados por Bárbara Berger e Michele Provensi. A saia na altura do joelho, nem curta nem longa, também foi vista no desfile, o que resultou numa variação grande de comprimentos.O vestido tulipa, arredondado, é a peça-chave da coleção e aparece em muitos looks, em diferentes versões, nas também diferentes estampas, como a de jornal com a cara de Nara Leão, a bonita estampa colorida de um morro com várias casinhas (referência ao morro carioca de onde vieram vários artista que Nara Leão interpretou), as listras, o xadrez verde e azul em fundo creme, num tecido plastificado, a fita cassete em creme e verde. Nos tecidos, a textura siliconada apareceu muito, assim como a almofadada. Na cabeça e nos pés, mais brincadeiras: sapatos de verniz estilo boneca que reproduziam um Fusca (primeiro carro da cantora) e franjinhas pretas fake em todas as modelos, fazendo alusão à franjona que Nara Leão usava.








quarta-feira, 17 de junho de 2009

Esqueleto da monografia

Sumário Explicativo

1-“Apresentação”, a qual, explicaria a proposta do trabalho como todo, e seria uma introdução à monografia de maneira breve, por exemplo:

“ A proposta do trabalho seria destacar e discutir o culto ao corpo da mulher brasileira e suas concepções de beleza, fazendo dois paralelos : o Culto ao corpo feminino como patologia ou vício: A corpolatria , conceituando o que esta seria e o que ela significa para as mulheres brasileiras que talvez tenham suas imagens distorcidas por influências midiáticas e estrangeiras e aceitas pela maioria da população feminina, ou talvez sejam convencidas por seus próprios espelhos . E o Culto ao corpo feminino como algo saudável para as mulheres através da moda, ou seja, através de estilistas que criam livremente e não seguem padrões vigentes e dão valor a verdadeira mulher, introduzindo uma nova dinâmica no mundo da moda. Além do que, mostrar e explicar o porquê das taxas que comprovam a ocorrência de crescimentos abusivos de aplicações de botox, plástica e redutores de apetites dentre outros produtos, a proposta seria fazer uma pesquisa a respeito estilistas : Ronaldo fraga, Alexandre Herchcovitch, Giácomo Lombardi e Roberta Navarro fazendo um paralelo: que tipo de moda cada um exerce e de como a própria moda, roupa, acessórios e seus respectivos estilistas podem contribuir para que o corpo seja “cultuado” de maneira saudável em que a beleza possa vir a ser menos padronizada e ditada e possa ser um hino à libertação.” (exemplo)

O segundo capítulo chamado de :

2.” Culto ao corpo feminino Brasileiro: Natural X Artificial”

O qual, seria dividido em 3 tópicos :

2.1 Evidências, males e benefícios, nos quais, pontuaria o que faz o culto ao corpo no Brasil estar tão avançado a medida que o país não é avançado em tantas outras áreas e se isso é negativo ou positivo. Apresentaria os fatos que comprovam a existência deste e seus males para sociedade e para as mulheres que fazem parte desta “cultura” exacerbada do corpo, aqui também seria pontuado os benefícios que estes podem vir a ter, em âmbitos pessoais. Entraria aqui a discussão da dicotomia apresentada na introdução só que com mais profundidade e explicações.

No segundo tópico:

2.2” Estilistas : A quebra do ciclo imortal”: um pouco da história de cada estilista citado na apresentação mostrando a sua proposta analisadas através de seus trabalhos mais recentes e da mesma forma em que o paralelo entre corpos fora realizado através dessa análise pode-se conhecer melhor cada estilista mencionado e encaixá-lo em cada uma das 2 “categorias” mencionadas no tópico anterior. Pretendo citar alguns trechos da entrevista prevista com Ronaldo Fraga.

No Terceiro tópico :

2.3 Corpo: Mídia, consumo e beleza. A partir de dados concretos retirados dos livros de Rachel Moreno (2008), o qual, pesquisas comprovadas de cunho científico já citadas acima no relatório, se propõe a discutir os métodos de metamorfosear o corpo, enumerar e buscar o porquê do Brasil ser um dos primeiros países na lista de vendas de redutores de apetites, nas plásticas nos seios de adolescentes, plástica de forma geral em mulheres, dentre outras questões enumeradas. Além disso, pretende-se discutir qual papel da mídia na influência no âmbito moda, beleza e corpo e como o alcance à população feminina é tão alto. Até que ponto ser lindo vale a vida? Ou até que ponto ser feio exclui a mulher da sociedade e da cultura da moda.

“Conclusão”- Teoria da moda

Enfim, a conclusão deste trabalho de pesquisa serve à comunidade FUMEC e a todos aqueles ligados ao campo de moda, corpo e atualidade, como exemplo que moda e corpo também são texto e nos dizem muito à respeito da sociedade, cultura e história, além de serem objetos de pesquisas amplos e interessantes de se estudar e abranger várias áreas do conhecimentos.

E que não há verdade absoluta a respeito do tema, apenas autores, teses e seus argumentos que muitas vezes batem de frente e outras vezes se encontram e formam belas e lógicas teorias, por mais imparciais que as pessoas tendem a ser: para tudo existe um ponto de vista. O que parece ser um hino à liberdade para uns pode parecer aprisionamento para outros. Ao Falar de cultos ao corpo, moda, plástica e mulheres sempre será muito difícil chegar ao denominador comum.

4-“Anexos”
Entrevista com Estilistas Ronaldo Fraga

Universos distintos- dicotomias

Corpo Único X Corpo diverso

Corpo único - corpo padronizado . Beleza pronta que a mídia oferece. mulher magra, alta, considerada saudável de preferência branca, dos traços finos e cabelos longos e lisos. Se não se tem pronto pode-se fabricá-lo através de vários meios.


Corpo Diverso- São os corpos originais que cada mulher tem. corpo gordos, médios ou magros. loiros, vermelhos ou morenos. Se encontra na diversidade de traços e formas do corpo e é impossível compará-lo com qualquer outro, por ser diverso e sem paradigmas.




Corpo Insano X Corpo São






Corpo insano- Seria aquele corpo que não tem sanidade, ou seja não é saudável. o corpo que é insano provavelmente sofre de alguma patologia, seja ela curável ou não. O Corpo insano sofre de uma ausência, lhe falta algo para que se torne saudável , como diria Joel Goldsmith : “A doença é uma ausência, e não uma presença”. No caso de patologias relacionadas à disturbios alimentares, à ausência de alimentação, muitas vezes relacionada à corpolatria propagada pela mídia e consumo, existe a deficiência de senso crítico, educação e muitas vezes percepção das próprias pessoas que adquirem um corpo assim: Sendo ele magro e jovem demais para alcançar o padrão de beleza e da moda que é almejado pela maioria das mulheres Brasileiras ou gordos e deformes demais alcançando a obesidade morbída como forma derevolta à esta sociedade ou como forma de manifestar outros problemas psicológicos.



Corpo São- Não lhe falta nada. O Corpo é absolutamente saudável, sendo ele magro ou gordo por própria opção pessoal ou por influências, por assim dizer, positivas do próprio mercado alternativo da moda, por própria construção subjetiva pessoal, dentre outras coisas.



Corpo natural X Corpo artificial






Esta outra dicotomia pode ser traduzida facilmente pelo próprio conhecimento das palavras utilizadas no cotidiano.




O corpo natural, seria aquele que as pessoas não modificam e não se utilizam de procedimentos cirurgicos e implantes de próteses em função apenas da estética. O corpo natural se deixa metamorfosear naturalmente e claro consome e participa normalmente do mercado da moda, moda esta que muitas vezes contribui para que a pessoa seja exatamente como ela é, e se utilize de roupas que lhe caiam bem com um toque de criatividade, sendo diferenciadas por seu formato de corpo, cor de cabelo, cor de pele e por um modelo ou um shape que lhe caiba de acordo com suas formas. Sem que esta pessoa se sinta discriminada no meio social e no meio do mercado.



O Corpo artificial, seria aquele metamorfoseado artificialmente por procedimentos estéticos cirurgicos, em que as pessoas, escolhem como querem ser, e em geral querem ser como capas de revistas, modelos de passarelas ou atrizes de novelas ou cinema. colocando próteses ou retirando gorduras do corpo, se deixam esculpir por especialistas da área, mas com o livre arbítrio de escolher como querem ser e se querem ou não envelhecer.



Corpo Real X Corpo Imaginário





Outra dicotomia interesante que assim como as outras se divergem e se encaixam em uma possibilidade de ser.




Corpo Real: Aquele corpo fundamental que todos nascem, e que mais tarde se tornam maiores, flácidos, com celulites, estrias, sem maquiagem, sem nenhum efeito "cibernético" ou "imagético" que possa me mutar.




Corpo imaginário: Aquele corpo que as mulheres imaginam que é real quando vêem uma mulher na capa de uma revista, ou em telas de cinema e acreditam que ser aquele corpo pode ser uma possibilidade para ela, enquanto, aquele corpo na verdade foi modificado por aparatos imagéticos técnicos, além de retoques de maquiagem corretora pelo corpo e retoques de softwares gráficos que produzem um corpo irreal que cai no imaginário feminino e apenas se torna virtualidade em sua lembrança.



E por aí as dicotomias podem variar de nomes e contextos , mas caem na mesma situação, uma situação de oposição nas mentes das mulheres que criam possibilidades de se reinventar seja através da plástica para alcançar o corpo padronizado e "midiatizado" e do ciclo imortal mídia, mercado e moda e vice-versa ou quebrando este ciclo através da própria moda. Estilistas que muitas vezes conseguem produzir diferencial e divulgar para mídia inovações em shapes, modelos, cores, estampas e corpos e ao fazerem isso com freqüência e criatividade quebrem um ciclo de anos de prisão no mesmo padrão imortalizado por modelos anorexicas e mulheres artificiais inexistentes no mundo real.








Coleção Ellus 2009 - Inverno

Coleção Ellus 2009
Sob o tema Hardworker, a Ellus, para sua coleção outono inverno 2009, resgatou as origens do denim como uniforme de trabalho. A marca se aprofundou na pesquisa de lavagens e tingimentos, apresentando tecidos que iam do cinza claro, passando pelo deep blue e chegando ao black.






Obs.: Temas repetitivos, roupas justas e curtas enfatizando a magreza e a falta de forma nos corpos, modelos padrões da atualidade, roupas "visando" a sensualidade da mulher magra.

Coleção 2004 Ellus

ELLUS - 2004
Numa coleção sensual, a Ellus esbanjou vestidos de seda, estampas florais, muito brilho, decotes e transparência nesta quinta-feira no São Paulo Fashion Week.

Saindo de trás de uma parede de espelhos, desviando de vários alto-falantes espalhados pela passarela, as modelos flertaram com a platéia como numa festa de muito glamour.
Batas e regatas de seda fizeram par com saias evasê também de seda ou calças jeans justíssimas e leggings de couro. Vestidos de alça, às vezes muito curtos e às vezes despontados na altura do joelho, também elevaram o termômetro do desfile.










Observação - Modelos magras, Roupas curtas, exibição de juventude a flor da pele e jeans marcando o quadril.

Sobre ELLUS

A Ellus é conhecida por manter sua identidade desde o início, sendo fiel aos cortes e modelos de jeanswear. Tudo começou em 1972, quando um grupo de hippies cariocas desembarcou de uma perua Kombi na 25 de Março, tradicional rua de comércio popular no centro de São Paulo.Eles garimparam toda a região, voltando para o Rio com o porta-malas abarrotado de peças de roupas, que depois seriam customizadas. As camisetas pintadas e bordadas fizeram grande sucesso, lançando a semente do que viria a ser a Ellus, criada e mantida até hoje por um dos integrantes da trupe, Nelson Alvarenga.Com o tempo, a marca ficaria associada ao jeanswear de luxo, até hoje o carro-chefe da empresa. Foi uma das precursoras no Brasil do jeans stonewashed e das roupas semelhantes a uniformes militares, cheias de bolsos, versáteis e práticas, que atualmente proliferam pelo mercado.No fim dos anos 70, a Ellus lançou uma propaganda em que um casal se despia ao som da música "Mania de Você", de Rita Lee. Para a época, tratava-se de uma enorme ousadia. A polêmica rendeu até um debate no Fantástico, programa dominical da Rede Globo.A publicidade sempre foi um dos pilares da marca. Em 1989, a top Cindy Crawford estrelou uma campanha quando estava no auge da carreira de modelo.
Milla Jojovich, Kate Moss e Alek Wek vestiram Ellus em peças publicitárias nos anos 90. Vale citar também o patrocínio a algumas edições do concurso "Look of the Year", que revelou novos rostos para a moda brasileira.Além das inovações, uma das características da marca é o fértil esquema de criação. São 50 pessoas, entre desenhistas, modelistas e estilistas, abastecendo as lojas semanalmente com novos modelos de roupas.
A Ellus participa do São Paulo Fashion Week desde sua primeira edição, ainda com o nome de Morumbi Fashion, em 1996, lançando duas coleções anuais no evento. Em 2002, inaugurou um projeto inovador, o Ellus 2nd Floor. O espaço do segundo andar da loja-matriz no bairro dos Jardins, em São Paulo, fica destinado a exposições permanentes de coleções de jovens estilistas e designers e mostras fotográficas. O projeto tem grande simpatia no mundo da moda e foi batizado de "o novo exército fashion do underground". Conta atualmente com mais de 40 expositores.As roupas da Ellus são encontradas em lojas próprias espalhadas pelo Brasil inteiro, 30 franquias, incluindo quatro no Chile, e dezenas de multimarcas. A marca ainda é exportada para Europa, Estados Unidos e Japão.
SOBRE OS ESTILISTASCarla Fincato, 40, é responsável pela criação da linha feminina Limited, da Ellus, junto com Fábio Andreoni. A estilista já foi assistente de Reinaldo Lourenço e de Gloria Coelho, com quem trabalhou durante 15 anos. Durante sete anos, foi coordenadora de estilo da marca Carlota Joakina, de Gloria.
Com a marca, fez 3 edições do Phytoervas Fashion, seis da Casa de Criadores, quatro do São Paulo Fashion Week, uma do Fashion Rio e uma do Dragão Fashion, em Fortaleza. Atualmente, trabalha também para a marca feminina Fit e, em parceria com a estilista Gabriela Crema, tem a marca própria "Vou a Pé".Fábio Andreoni, 29, é responsável, ao lado de Fincato, pela coleção feminina da Ellus. Formado em estilismo pela faculdade Santa Marcelina, já trabalhou como produtor de moda da revista Vogue e supervisor de estilo também da Ellus.
O estilista já teve, em parceria com Priscila Darolt, a Redhead Loves P., marca que chegou a desfilar uma coleção na Semana de Moda e duas no Amni Hotspot.Jeziel Moraes, 41, coordena a área de estilo masculino da Ellus e é responsável pela criação da coleção masculina da marca. Formado em Sociologia, pela Unesp de Araraquara, fez curso de estilismo no Senac, numa época em que não existiam faculdades de moda em São Paulo. Trabalhou em confecção de camisa masculina e teve, durante cinco anos, marca própria que chegou a desfilar no Phytoervas Fashion, em 1996.

coleção 2004 - Vide bula- inverno


A Vide Bula voltou aos tempos do colégio para a coleção de inverno de 2004, resgatando os moletons, as minissaias plissadas e o conforto dos uniformes escolares para fechar os desfiles de sábado no São Paulo Fashion Week. Ao som enérgico da banda surf punk paulistana Los Pirata, uma das revelações do circuito underground no ano passado, a marca mostrou camisetas divertidas bicolores em verde e amarelo na primeira etapa do desfile.










Obs: modelos magras, perucas artificiais, mini-saias a vontade, roupas justas e quando largas instigam juventude como o próprio tema da coleção.

Vide Bula coleção 2009

Inverno 2009 Vide Bula
A proposta da Vide Bula para este Inverno 2009 é levar para as ruas uma moda mais democrática, abrangente, capaz de agradar os mais diversos gostos, conceitos e atitudes. Abrindo seu leque de referências, a Vide Bula mostra flashes de vários estiloscomo o grunge, neo dark, exotic gothic, o folk representado pelos índiosNavajos americanos, o romantic e o simple wear.O jeanswear, carro-chefe da marca, lidera a coleção com shapes, modelagense lavagens que vão do skinny a pantalona. Os destaques para o Inverno 2009 são os jeans Simple Wear, limpo e amaciado; Dirty Jeans, vintage, resgata o índigo com azul luminoso; Sailor Pants, pernas largas a partir dos joelhos; Boyfriend; Jodphur; Ergométrica, justa com recortes e costuras laterais; a super justa Rocker e o Punk Jeans, black com novas lavagens e o retorno dos jeans rasgados.











Obs.: Mesmo no inverno, exibição do torso nu, jeans e botas que parecem representar juventude e poder, magreza como atributo da coleção e cabelos mais para claros e esvoaçantes. Padrão vigente.

Vide Bula - Giácomo Lombardi e CIA


Em 22 anos de atividades, a Vide Bula conquistou definitivamente o concorrido mercado de jeanswear ao traduzir com originalidade as atitudes jovens.


A marca traz a irreverência das criações de Giácomo Lombardi, que em 1980 trocou os palcos e a banda de rock pela moda, associando-se à irmã Roberta e ao marido dela, Roberto Navarro, ambos também ex-músicos. O casal, que desde os anos de 1970 comercializava produtos importados em Belo Horizonte, havia recém convertido suas lojas em butiques onde vendiam as peças que Giácomo começava a criar, aderindo a uma tendência da época e fugindo das altas taxas de importação que inviabilizavam o negócio.


A Vide Bula nasceu dessa parceria entre os três e mais Adriana Rios, mulher de Giácomo. Das primeiras estampas, inspiradas em grandes filmes americanos dos anos 50, as criações foram ganhando motivos irônicos e polêmicos, como ascalças com desenhos de espermatozóides.Em 1985, Nina Hagen e Rod Stewart vieram ao Brasil para tocar na primeira edição do Rock in Rio e vestiram Vide Bula, gerando uma inesperada e bem vvinda publicidade gratuita.Em 2003, a caricatura de George Bush com nariz de palhaço espalhou-se mundo afora como um símbolo pacifista.A marca tem hoje mais de dez lojas próprias, roupas em 1,2 mil multimarcas espalhadas pelo Brasil e 113 na Europa. O volume anual de exportação é de 39 mil peças anuais. Pela sexta vez, participa do São Paulo Fashion Week.
A marca “ Vide Bula” cujos os irmãos Roberta Navarro e Giácomo Lombardi são os “principais” estilistas, é um exemplo de uma marca voltada para o público alvo,o qual, almeja o padrão de beleza vigente, além de seus desfiles serem bem comerciais, os tamanhos de suas roupas são menores do que o convencional, o que seria um tamanho 36 em uma loja convencional, nesta é um tamanho 40. O próprio estilo da marca é voltado para desenhar e marcar o corpo com seus jeans de cintura baixa ou se utilizar vestidos curtos volumosos ou não, mas curtos ,até minis- saias jeans que exibem as pernas ou longos com decotes tanto na frente quanto nas costas, transparências, etc.

Por ser uma marca jeanswear, streetwear é voltada mais para o casual: comércio de jeans, camiseta e vestidos, não são muito de inovar em shapes nos desfiles e ficaram longe das passarelas por algum tempo mas já voltaram.
Enfim, esta marca de certa maneira incentiva um corpo quase impossível para a maioria das mulheres brasileiras, um corpo jovem e sem curvas , além de motivar o uso de certas roupas como a calça de cintura baixa que muito apertada pode chegar a modificar o corpo feminino como uma prótese, por exemplo, faria.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

"Beleza impossível" : taxas a respeito das metamorfoses femininas


O Livro Beleza Impossível é de uma psicóloga muito envolvida no campo de corpo e de pesquisas à respeito de próteses , plásticas, moda , mídia e consumo e ela vai falar sobre mulheres que se submetem a tratamentos diversos para emagrecer, alisar os cabelos e perder pneuzinhos. Na busca incessante pela “beleza ideal”, vale qualquer sacrifício. Ela é muito crítica e parcial, daí o que eu achei importante de extrair do livro mesmo foram as pesquisas que são sérias e comprovadas.Porque a autora condena o ataque diário da mídia e aponta caminhos para quem deseja se defender dessa influência insidiosa e sabe-se que nã ose pode ser parcial e passional em uma monografia, mas seu livro foi muito útil quanto aos dados preciosos de taxas de metamorfoses femininas no Brasil com relação a outros paises como exemplificados abaixo.

Segundo o livro Beleza Impossível(2008) de Rachel Moreno, na maioria das vezes são as mulheres que procuram se modificar corporeamente por motivos fúteis ou por motivos de fato importantes para sua própria saúde ou auto-estima. Mas sempre se quer ir contra a natureza, e este mistério é o que impulsiona a pesquisa. O próprio Freud em Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905), falava isso quando dizia que os nossos instintos coexistem em conflito com nossa sociabilidade e é lutando contra o animal que vive em cada um de nós, contra o ser que nos é imposto pela sociedade é que nós acabamos por construir nosso eu, que seria nossa própria identidade.

De acordo com dados e taxas retirados do livro de Rachel Moreno, as brasileiras são as que mais se envergonham de serem gordas e se acham pouco sexy, dentre as pesquisadas, só 2% delas dizem que se acham bonitas, o Brasil é o pais campeão em consumo de produtos para unhas, tinturas de cabelo e hidratantes para o corpo.Um número interessante é que 58% das brasileiras afirmaram que caso a cirurgia plástica fosse gratuita, recorreriam imediatamente ao bisturi.

O Brasil é líder no consumo de moderador de apetite. O consumo diário de inibidores de apetite é de 12,5 por mil habitantes, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, o valor colocado da lista, é de 4,8. As norte-americanas, por exemplo, ficaram em quarto lugar na pesquisa, com 25% desejando fazer plástica, enquanto 89% das brasileiras entrevistadas querem mudar algo no corpo. O que torna o Brasil especial neste aspecto é o ímpeto com que as pessoas decidem mudar o corpo e a rapidez com que a decisão é tomada. São três as principais motivações para fazer uma plástica: atenuar os efeitos do envelhecimento, corrigir defeitos físicos e esculpir um corpo perfeito. E essas metamorfoses na maioria das vezes são realizadas através de uso de próteses endodérmicas, lipoaspiração, fratura de ossos, dentre outros métodos.

Em relação ao uso de botox e ao implante de próteses de silicone, o Brasil é o segundo no mundo, logo após os Estados Unidos. Nos últimos 12 anos, a cirurgia de implante de prótese de silicone cresceu em 360% no Brasil e só perde para a lipoaspiração entre as cirurgias plásticas. Nos últimos dez anos, cresceram em 300% o número de cirurgias nos seios de adolescentes. A Pesquisa mundial unilever da empresa (Dove) mostrou que 63% das brasileiras querem fazer cirurgia plástica e este é o maior índice mundial da pesquisa). Estas taxas descritas acima, de dados comparativos do Brasil com alguns países, principalmente os EUA, estarão inclusos na monografia, dentre outras taxas pesquisadas.

Inclusive, as brasileiras, segundo pesquisa internacional feita por uma multinacional da área de cosméticos, estão entre as que têm a auto-estima mais baixa – muito provavelmente em conseqüência do modelo de beleza eurocêntrico e inalcançável para a realidade nacional. De acordo com o levantamento, elas se submeteriam a todo tipo de intervenção estética para se sentir belas.

Esses dados, segunda a autora, podem ser comprovados cotidianamente. Só em 2003, as brasileiras gastaram R$ 17 bilhões na compra de produtos cosméticos e de perfumaria. O Brasil também apresenta o maior índice de mulheres que declaram ter feito cirurgia plástica. Outros estudos revelam ainda que a população feminina no Brasil, comparativamente, é a que mais se submete a sacrifícios pela “beleza”. Isso inclui dietas, malhação, remédios, cosméticos e toda a parafernália oferecida para alcançar o inalcançável de acordo com a psicóloga.

Semiótica, design e corpo


Discursos da Moda : Semiótica, design e corpo - Káthia Castilho e Marcelo Martins
Enfâse - Capítulo 3 - Corpos significantes e marcas da contemporaneidade

Creio que o livro visa sistematizar uma maneira de estudar a moda e entender sua relação entre corpo e vestuário. Ela expõe desde a produção de uma roupa até os desejos e necessidades que ela desperta no sujeito-usuário, por meio das campanhas de divulgação. Os autores avaliam que um sujeito utiliza o aparato indumentário (roupa e acessórios) como expressão de sua subjetividade diante de grupos particulares ou do próprio mundo globalizado.

Porém de acordo com o tema escolhido para monografia que transpassa valores como o culto ao corpo através de metamorfoses se utilizando de próteses endodérmicas, exodérmicas e indodérmicas, preza-se mais a parte em que a autora fala a respeito do corpo e suas relações culturais, identitárias e coletivas através das mudanças corporais para que assim as mulheres possam se reconstruir como queiram e assim se sintam bem.

Traços da moda e traços do corpo na remodelagem de uma mídia e na construção

de um dizer pela presença

A anatomia do corpo humano é constituída por configurações chamadas bio- morfológicas,nos quais, plasmam características étnicas e genéticas, que, por sua vez, conferem a ele determinadas particularidades que vão diferenciá-lo de “outros” corpos humanos.Deste modo, o corpo pode ser entendido como “primeira pele”, texto que suporta e manifesta uma combinatória de traços identitários que formam o seu design.

Dentre os conjuntos formadores da plasticidade corpórea, destacam-se: a cromaticidade, relativa à cor e à tonalidade da pele ; a materialidade, que diz respeito à tipologia e à textura da epiderme;a topologia,que concerne à altura, ao volume e à proporção do corpo e, por fim, pode-se considera ainda o aspecto eidético do corpo, que diz respeito à sua forma, isto é, seu contorno e silhueta.(como mencionado no post anterior).

A transformação está presente na vida da humanidade, e no caso da temática mencionada, a mulher é o agente que mais gosta de se transformar, principalmente no espaço de tempo em que se está falando: o presente .

Entendido como sujeito agente construtor de uma história, num determinado tempo e espaço, reorganiza a plasticidade primeira do corpo, agindo justamente sobre seus traços identitários.

Querendo se metamorfosear para assim se reconstruir e ser como almeja, ou pelo menos se aproximar disso. Assim, nas diversas culturas, é possível reconhecer um sem-número de re-designs de corpos, edificados a partir de modificações que respondem a anseios e a necessidades individuais, que, em última instância, fazem construir, pela diferença, similaridades de tribos, gangues, guetos etc.

No nível endodérmico, as transformações corpóreas vão da prótese médicainterna ao chip, passando pelo silicone e pelo piercing; no nível epidérmico, ela concretizam-se pelas tatuagens, pelas cicatrizes, pelas escarificações e pelas próteses médicas externas; no nível extradérmico, as transformações dialogam com a moda indumentária, que, num primeiro momento, será exemplificada, aqui, com a crinolina de roupa, a bengala e os óculos.

Em movimentos cíclicos, a moda revisita determinados tipos de transformações, traduzindo-as com elementos e materiais tecnológicos de seu momento presente e, muitas vezes, tais transformações passam por releituras,do ponto de vista do sentido, que dizem respeito aos diálogos que estabelecem entre o antigo e o moderno.Assim, referências de várias ordens, sobretudo as intertextuais, podem ser recuperadas nos estudos dos componentes das transformações corpóreas do ser humano. Ao aderir a determinadas transformações corpóreas, sejam elas inscritas no nível endodérmico, epidérmico ou extradérmico, o ser humano redesenha o seu corpo e impõe-se como presença,constituindo e marcando a sua identidade perante um grupo, seja para se exibir ou se alcançar o padrão midiático lançado no presente tempo.

Nos estudos de moda realizados na contemporaneidade, não se podem dissociar, porém,o corpo e a moda indumentária: além de constituírem um texto único, diferenciando um corpo-suporte de “outros” corpos-suportes, retro alimentam-se nas possibilidades e nas potencialidades de re-design tanto do corpo propriamente dito, como da moda. Este movimento, aliás, se instaurou como um dos aspectos do discurso fundador da moda, como a entendemos hoje, já em seu aparecimento (cf.Castilho, 2004).

O Livro todo é bastante interessante por falar de assuntos que me interessam particularmente, porém o capítulo 3 – Corpos significantes e marcas da contemporaneidade vai falar justamente das próteses, metamorfoses e do culto ao corpo, mesmo que indiretamente, afinal ninguém muda o corpo atoa, sempre existe um motivo: impulsionado pela sociedade de consumo em que vivemos atualmente , o qual, o corpo virou um produto, impulsionado À alcançar padrões almejados ou simplesmente para se exibir ou criar novas subjetividades para o seu “eu”. Vive-se em uma época , a qual, a crise identitária está cada vez maior, e muitas vezes a mudança exterior ajuda alguns a buscarem o que almejam: uma nova identidade.

terça-feira, 12 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Reflexões e citações: Articulações




retirado do livro : Discursos da moda : semiótica, design e corpo- káthia Castilho

CORPO primeira pele :

aspecto cromático: cor da pele
aspecto matérico: tipologia, textura da epiderme
aspecto topológico:altura, volume e proporção do corpo
aspecto eidético:formas (contornos, silhuetas do corpo)




Articulações e Reflexões interessantes :





"A Roupa desassociada de um corpo é apenas um ser inerte destituida de vida, parcialmente neutralizada e esvaziada: aberta a qualquer apropriação." (p. 76 SANTANNA)



" O Corpo é o suporte da roupa, que sendo transmutado pelos tecidos, cores e formas do vestuário, os quais, expressam mudanças e alterações constantes numa sociedadede moda, articula nos seus discursos o próprio ritmo sociela, o qual o sujeito é ligado." (p.75 SANTANNA)



...retirar do corpo seu sentido organico e transvesti-lo de sentidos múltiplos.. (p.47 SANTANNA)



" A Aparência e o poder são instancias da experiência da vida moderna que se inferem infinitamente..." (p.43 SANTANNA)



"A modernidade é o transitório, o efêmero, o contingente, é a metade da adrte, sendo aoutra metade o eterno e o imutável"(p25 baudelaire)



" O ritmo é o que dá primazia à segunda pele em relação ao corpo e sobre qual se funda e se organiza a estética do traje.(p79 SANTANA)




"Suporte gerador de significação, articulador de um discurso que permite a acáo da plasticidade da decoração corpórea nas situações de interação preseniificação e representação através de um comrato que determina valores positivos e negativos, que pode ser, em linhas gerais, polémico ou consensual, implícito ou explícito".(KASTHILHO. p.76)



A moda torna o corpo recomeçado, ressignificado e por que não dizer resocializado?

Culto ao corpo e sociedade (pequeno resumo)



O Livro de Ana Lúcia Castro analisa o culto ao corpo como forte tendência de comportamento e uma das dimensões dos estilos de vida construídos, pelo consumo, nas sociedades contemporâneas.


O livro Procura primeiro, abordar a materialidade desta prática cultural, a partir da discussão de dados relativos ao mercado da beleza e da boa forma. Num segundo momento, duas publicações relativas ao tema -Boa Forma e Corpo a Corpo - são analisadas a fim de se perceber as mediações entre mídia e sociedade, entendendo-se que entre elas existe uma relação na qual os conteúdos da sociedade são absorvidos e reciclados pelos meios de comunicação de massa e vice-versa.



Além disso, são mencionadas duas importantes "personagens" em meio a este assunto: a mídia e a industria da Beleza; estas são aspectos estruturantes e responsáveis que mediam a industria do culto ao corpo. A mídia sempre está falando do assunto incentivando o padrão X ou Y e incentivando a industria do consumo, fazendo assim seu corpo virar um produto e a segunda por dar estrutura de vendas e marketing de produtos que ajudarão nesta busca incessante pela perfeição que é impossível de ser alcançada.


Os condicionamentos sociais e as várias situações diárias que convivemos fazem com que as pessóas fiquem incentivadas à cultuaream seus corpos e perseguirem um ideal estético impossível e em geral que se torna uma patologia. Um ideal que leva à problemas de saúde já que a maioria das pessoas esquecem da saúde e se apegam à concepção comum de beleza dos tempos atuais e principalemnte no brasil aonde as taxas de compras de redutores de apetites subiram consideravelmente e as plásticas viraram uma doença. Ao entrevistar Flávia Macedo de Belo Horizonte de 19 anos ela relatou que a mãe já fizera 6 plásticas, ela 4 plásticas e a irmã 8 plásticas e relatou também que quando terminam uma já pensam na próxima que irão fazer, já pensam no próximo defeito que irão retirar do seu corpo. Isso é de fato patológico.


um ideal estético foi estabelecido socialemente e quem estiver fora dele terá que ser pelo menos magro ou o que é chamado de alternativo e mesmo assim para os espectadores caem no ridículo.

Pele Clara, cabelos lisos, pele clara e limpa, formas retilíneas e sobre tudo magras, muito magras.


A Saúde e a beleza são impostas pelas revistas, mas quando lê-se percebe-se que a saúde é apenas um disfarce para você percer 8 kilos em uma semana.


O culto ao corpo como traço cultural geral perpassa todos os setores da sociedade, mas cada classe social o trata de uma forma. Ele pode vir influenciar a menina da favela que imita a moça da novela até a menina mais rica que viaja de jatino a querer vestir manequim 00 como Keira Knightley, a atriz de hollywood que com certeza tem disturbios alimentares.


Em palavras da própria autora uma das coisas bem interessante de ler este livro : "Foi perceber que o culto ao corpo aparece como obrigação quase religiosa, o que aponta a coerção social, porém, ao mesmo tempo, possibilita a construção de uma identidade social e de estratégias de distinção, conferindo uma margem de autonomia ao indivíduo frente às imposições sociais." (CASTRO p.115)