O que é beleza?

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beleza através dos tempos

segunda-feira, 16 de março de 2009

Questões : Corpo aprisionado?






O Corpo Aprisionado


Capítulo de "O Corpo como capital"

De Mírian Goldenberg


A Autora faz uma abordagem a respeito do aprisionamento feminino ao corpo que está em alta em determinado contexto, no caso no contexto atual. Para isso se utiliza de autores como Gilberto Freire, Mauss,Mallysse, etc... para diagnosticar a explosão da industria da beleza no Brasil e de como o Brasil é um dos países mais influenciáveis no que diz respeito ao “culto ao corpo” de maneira geral.




De acordo com Gilberto Freire um novo modelo surge no século XX que ele considera macaqueação e imitação de modelos estrangeiros. Já que estamos falando de Brasil, falamos de uma beleza miscigenada, já que nossas próprias raízes culturais são feitas de misturas.
De uns tempo para cá, ícones Europeus começaram a fazer parte do imaginário da mulher brasileira. Esquecendo-se da própria anatomia, as mulheres começaram a se “torturar” por um corpo menos curvilíneo, e por cabelos mais lisos.




A questão toda está em volta mais uma vez da padronização. Aliás, um dos lados negativos da mídia de moda, e até da mídia em geral é justamente de criar um alvoroço espalhafatoso em torno de um tipo físico, de um produto e por que não dizer de um corpo único e fazê-lo a coisa mais desejada que já se viu.A lógica do marketing : Se faz sucesso, vai vender!




No caso deste novo corpo abordado incansavelmente desde a década de 60 em torno do mito Twwigy , por exemplo, justificado pela praticidade, eficiência e utilidade da vida moderna, a questão era : Por que não aplicar essas características da modernidade ao seu próprio corpo? Um corpo mais magro seria mais eficiente. De fato, mas até que ponto isso é verdade.




A Mulher Brasileira atual tem a preocupação de estar magra e bela sem se esquecer de seu principal enfoque : Ser jovem. O Autor menciona um antropólogo Francês (Mallysse,2002) que constatou que na “ França a produção da aparência está na própria roupa, enquanto no Brasil é o corpo que parece estar no centro das estratégias do vestir” Além disso ainda percebeu “que as brasileiras expõem o corpo e reduzem a roupa a um simples instrumento de sua valorização, em suma, uma espécie de ornamento”.




Dentro da mesma lógica este antropólogo ressalta que as filhas de mães francesas tendem imitar a mãe no modo de comportar e vestir, enquanto no Brasil, as mães pegam roupas emprestadas com as filhas e querem se comportar como tal em muitas situações. Não é possível generalizar, mas de fato, ao observar as mulheres nas ruas enxergamos exatamente isso.




As mulheres de modo geral, mas em maior escala , as Brasileiras querem ser Belas , magras e jovens. Como diria Marcel Mauss(1974) : “é por meio da imitação prestigiosa que os indivíduos de cada cultura constroem seus corpos e comportamentos(...) O conjunto de hábitos, costumes, crenças e tradições que caracterizam uma cultura no que se refere ao corpo.”



Segundo Alexander Edmondss(2002), o Brasil, nas últimas décadas sofreu uma tremenda influência desta industria da beleza, inclusive a própria revista times chamou atenção para isso, quando Carla Perez saiu na capa, a matéria principal “ Bodies a la carte” , edição latina da revista é justamente sobre a onda das cirurgias plásticas no Brasil,e abaixo da foto principal de capa a frase(TIMES 2001) : “ The Plastic sugery craze,: Latin american woman are sculping your bodies as never before- along california lines. Is this Cultural imperialism?” . Nesta mesma edição outra matéria da Time traz uma entrevista com o cirurgião Ivo Pitanguy. A Sociedade Brasileira de cirurgia plástica, inclusive confirmou o aumento das cirurgias plásticas no Brasil. O País vem em segundo lugar depois dos EUA : O povo que faz mais plástica no mundo.




Os Dados são bem interessantes até para compará-los e questionarmos o por que da insatisfação com o corpo ao natural. Por que este corpo, esta primeira pele não pode ser sedutor sem inserções de próteses ou modificações abruptas no corpo.



Bibliografia :

GOLDEMBERG, Mirian. O Corpo como capital. In: Um corpo aprisionado. São Paulo. Editora Estação das letras e cores,2007.

Um comentário:

  1. novo blog né!
    ah queria poder ver a imagem de estatística em um tamanho maior
    :/

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