O que é beleza?

O que é beleza?
beleza através dos tempos

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Análise da imprensa feminina a partir de Leslie Rabine

Análise da imprensa feminina a partir de Leslie Rabine


As revistas de moda tornaram-se, desde o final da década de 60, o veículo improvável de conflitos sociais e políticos não resolvidos afinal, ao mesmo tempo que estas revistas faziam propagandas e incentivavam o consumo, elas surpreendiam quem não era leitor, afinal elas serviram e servem crescentemente de fórum para o feminismo norte americano e também para alguns movimentos civis e ecológicos. Leslie Rabine, coloca em seu texto, que as revistas de moda mesmo sendo conhecidas por tratarem de coisas fúteis e de certo modo “sem valor”’, desde o final da década de sessenta , têm nos conduzido a alguns conflitos mal resolvidos . Uma análise destas revistas mostrara também uma certa “duplicidade” no que diz respeito a capacidade de oprimir as mulheres, que a moda tem tornando seu corpo um objeto vendável e consumivel e aprisionando seus desejos ao consumismo, podendo ser considerada o meio mais expandido de auto-expressão da mulher.


O Eu feminino expressado pela moda é também uma das principais forças para produzi-lo. As mulheres sempre belas, exuberantes que estão nas revistas ou editoriais de moda representam um sistema simbólico de signos de opressão e liberação no interior das imagens do corpo feminino.


A moda comunica mensagens simbólicas que vão além da imagem e da condição de valor de uso. Ela faz parte do estudo da semiótica pelos signos. É a concretização de uma idéia pautada pelas crenças e valores de uma sociedade em determinada época. É efêmera. É fútil. É cultura. É aprisionante e é libertadora ao mesmo tempo. É capacidade de expressão. “

Uma contradição vem acompanhando a história da moda desde o começo do século XX e essa questão é exatamente a da opressão e liberação do corpo da mulher, talvez seja uma das contradições mais fortes que acompanham a história da moda.Ora espartilho, ora modelo império, ora shape ampulheta, ora shape H. Sempre se aprisionando e se libertando através da moda que está sendo ditada no momento.


Mas quando ela está falando de contradição no texto, Lelie Rabine, se refere às décadas de 60/70. Quando surgia o que chamamos de “ liberdade”, pelo menos em certos parâmetros. E quando as revistas da época começaram a realmente lançar mudanças específicas na representação da moda.


Pesquisando a respeito de liberdade e opressão achei um texto de José Cerqueira Dantas. Que possivelmente faz uma interface com o tema. Ele não está de todo certo,talvez até um pouco machista em certo ponto, mas achei suas palavras de certo modo verdadeiras quando ele coloca que a moda muitas vezes aprisiona a mulher que acaba vivendo ou pelo menos acabava vivendo em uma triste condição feminina, vivendo para exterioridade. Antes proibida de se mostrar, hoje quase que obrigada a se mostrar e acabando se colocando em uma situação de objeto. As roupas da moda hoje muitas vezes são impostas à mulher que acabam sendo dominadas,oprimidas e escravizadas.


Bom , anexado ao trabalho existe uma reportagem que pode ser relevante para este tema. Pode ter um lado um pouco pejorativo, mas um outro lado me pareceu interessante a respeito dessa contradição tão duradoura.


Além de observar contradição que acompanha a mulher e a moda desde do início do século, Leslie Rabine notou três mudanças específicas que aconteceram sobre a representação da moda a partir do final da década de 1960 e do início da de 1970, além destas, pautei mais uma, que no presente talvez seja uma das mais importantes:


A primeira mudança pode ser chamada de “ diversificação de estilo” e nos fala a respeito da revista vogue que lançou em uma de suas páginas um estilo “ Jakqueline Kennedy” de conjuntos de vestidos retos, estruturados, trapézios, formais e elegantes. Ao longo da década esse estilo sofreu mudanças que revelavam mais o corpo sendo mais sugestivos de costumes e fantasias exóticas e audaciosas. A segunda mudança poderia ser chamada de antropológica. E foi caracterizada por uma ausência de indicações de como as leitoras vivem, só haviam anúncios de roupas de banhos que mostravam férias de verão, mas sempre indiretamente e vagamente. Dicas para jantares, Assuntos temporais apareciam apenas como notas. Na década de 70 pela primeira vez a revista falava de assuntos políticos, econômicos. Além disso, sua sessão de arte e letras, livros e filmes se expandiu , a revista passou a ter resenhas sobre o assunto.


A terceira mudança, pode ser chamada de “reflexão” e reforça essa contradição e faz uma auto reflexão da parte de moda e de suas leitoras. As revistas vogue passaram a refletir sobre a leitora, sobre o que ela é, o que ela faz, o que ela pensa , a convidando a refletir mais sobre sua relação com a moda . A quarta mudança, acrescentada a este trabalho, pode ser chamada de tecnológica, afinal a imprensa feminina, faz um papel atualmente, que divulga a imagem feminina de forma diferente, ressaltando uma artificialidade que afeta profundamente as leitoras. As imagens fotográficas da moda são quase todas trabalhadas por softwares Gráficos, mostrando corpos plastificados, artificializados. Isso implica em uma cultura de desejo por corpos moldados e transformados, gerand uma supervalorização da aparência.


As revistas vendem atualmente uma ”mulher” artificializada que parece congelada no tempo. Atualmente as mulheres não querem envelhecer e se transformar, justamente por que isso afeta na sua aparência e atualmente aparência é tudo, sendo assim a mulher não quer sofrer por conseqüência discriminação e pressão da sociedade em que vive.



Segundo a autora, a moda faz o corpo feminino se tornar um conjunto de significantes articulados a dois sistemas diferentes de significados. Leslie dá dois exemplos interessantes uma dentro e uma fora do universo da revista vogue. Em fotografias da revista vogue é possível ver mulheres usando lingerie nas ruas como sinal de liberdade, isso passava uma mensagem de confiança :“ A mulher hoje em dia é mais confiante... “ Não precisam ser orientadas” .. Isso você usa nesta ocasião”.



A vogue categorizava uma maneira nova de se vestir sem limites, com liberdade, sendo mais confiante e protestando de certo modo contra a “opressão” e “ ditadura” da moda que impõe o que temos que usar. Na revista, nesse sistema de significado, essa atitude teve um efeito e um ponto de vista. Significou realmente a mulher querendo se libertar, ultrapassar limites... Porém no outro exemplo a autora mostra que na vida real por mudarmos os significantes e os sistemas que seriam o sistema “revista” e o sistema “vida real”, a roupa , o modo de se vestir da mulher quis dizer outra coisa, pelo menos pelo júri.


A Autora conta o caso de uma mulher em 1989 que violou esses limites nas ruas, no mundo real, e foi interpretada de maneira diferente. A leitura masculina que ela foi sujeita foi única e bem diferente da do caso “vogue”. Ela foi raptada e estuprada e quando o estuprador foi julgado ele foi absolvido por um júri masculino que deu autoridade para o estuprador ter feito o que fez e disse que a mulher com as roupas que estava queria provocá-lo e que a única leitura que poderia ter sido feita era a do estuprador.


Realmente ao dar esses exemplos a autora mostra como o corpo feminino e suas roupas podem cair em uma contradição terrível e se tornar esse conjunto de significantes articulados a dois sistemas diferentes. A pós década de 70, novos elementos das revistas de moda passaram a contribuir para evocar o desejo da leitora por uma identidade. Os elementos são o aumento da auto-reflexão, uma aparência mais espalhafatosa e sexy e ainda conseguir ser a voz dos movimentos sociais progressistas, evocando assim o desejo da leitora por uma identidade.



A história da moda com certeza foi sempre acompanhada por essa contradição um tanto "sofrível" que é justamente a questão da " opressão x liberação " do corpo feminino, já mencionada e a mulher vem sempre se aprisionando e se libertando através da moda que está sendo 'ditada' no momento: obedecendo padrões novos e desobedecendo padrões considerados 'antiquados', se libertando do machismo e se aprisionando no padrão vigente de beleza e mesmo nos tempos atuais, podemos dizer que essa contradição permanece de forma diferente.. A mulher se apresenta como independente, emancipada, feminista, quando na verdade se rende aos aprisionamentos da beleza, do luxo, do consumo e do padrão vigente.



A Imprensa sempre influenciou e influenciará as pessoas... ela faz um papel dúbio e o seu enfoque sempre será o consumo, infelizmente as informações que nos são passadas sempre sofrem manipulação e modificação para que ela chegue aos nossos ouvidos da forma certa. A imprensa feminina de maneira especial, consegue ser mais manipuladora e convincente, já que trabalha muito com a auto-imagem da mulher e Como as mulheres vivem em uma constante contradição e por que não dizer uma “confusão – mental” a respeito da sua existência e de seu lugar na sociedade, ela acaba por se tornar um alvo de fácil acesso...



terça-feira, 25 de maio de 2010

Louras das cervejas numa gelada


li e repasso. interessante, gente!

Louras das cervejas numa gelada


PUBLICIDADE — Publicidade das grandes marcas de cerveja volta a lançar mão da mulher de modo desrespeitoso, associando bebida e sensualidade de forma preconceituosa
Garota-propaganda da Skol: uma sereia "comestível"Gisela Sekeff
Da Agência Jornal do Brasil

Vender cerveja no Brasil é sinônimo de vender mulher. São tantas as beldades expostas que fica até difícil fazer uma correspondência precisa entre a garota-propaganda e a marca que está à venda. Divas seminuas, na praia ou no bar, sempre sorrindo, mas quase nunca falando. A nova leva de campanhas de verão, no entanto, conseguiu ir mais longe. Além de tratá-las como meras portadoras de corpos esculturais, fazem insinuações e comparações grosseiras. No filme Lúpulo, da Antarctica, associa-se a mulher à planta trepadeira. O recente comercial da Brahma, em que a tartaruga dá carona a duas belas morenas, insinua os sons de uma relação sexual no fim do filme. No mais recente anúncio da Kaiser, um galã de novela manipula uma garrafa de cerveja como se fosse um controle remoto — e, na areia, uma mulher de biquíni, tal qual uma marionete, repete os movimentos. O publicitário Roberto Duailibi, o D da agência DPZ, rechaça o recurso reducionista de usar mulheres nas campanhas. “A prática revela o preconceito que a propaganda tem contra o sexo feminino, que eu considero, no mínimo, desrespeitoso”, afirma.
Identificar o produto com mulher, e não com a marca, é um velho clichê publicitário. As campanhas cervejeiras, no entanto, tinham abdicado dessa fórmula. Durante 15 anos, o garoto-propaganda da Kaiser foi um anti-herói baixinho, barrigudo e de meia-idade — uma prova de que o uso da mulher pode não ser tão valioso como reza a cartilha da maioria dos publicitários. Quem não se lembra dele e de vários outros homens dançando no banheiro enquanto se “aliviavam”? O filme, ganhador do Leão de Ouro, em Cannes, e eleito pela rede ABC dos Estados Unidos como um dos 25 comerciais memoráveis da história, não estampava nenhuma musa na telinha. É certo que vez ou outra afrodites surgiam de biquíni, mas, no caso do produto cerveja, isso é natural, já que o filão concentra-se no público do sexo masculino. Pesquisas de hábito de consumo mostram que cerca de 65% dos consumidores de cerveja são homens.
Embaixadas no hotel — No verão deste ano, no entanto, as mulheres voltaram a invadir os comerciais da loura gelada. “Voltamos no tempo, mas essa regressão não pode durar muito porque não reflete as conquistas femininas”, afirma o publicitário Lula Vieira, presidente da agência V&S Comunicações. A Kaiser, marca mais masculina do mercado, cujo consumo feminino responde por apenas 35% das vendas, trocou a figura do baixinho por Mulheres, nome da nova campanha. No primeiro filme, elas são tão bonitas e tão cobiçadas por Du Moscovis, Fábio Assunção, Murilo Benício e Marcos Palmeira, que viram kaisers. Assim como há dez anos a agência Talent transformou a Brastemp em sinônimo de coisa boa, a idéia é fazer com que a Kaiser seja referência de boa marca. Nos cinco filmes lançados desde setembro, as beldades entraram e saíram de cena com a boca fechada. No bar, cenário de um dos filmes, as mulheres aparecem de biquíni e os atores vestidos. “Se eles estivessem de sunga acho que o público masculino não ia gostar muito”, explica Júlio Pedro, diretor de marketing da Kaiser. Num dos filmes, Du Moscovis e Fábio Assunção fazem comparações entre algumas beldades e embalagens de cerveja. A modelo de estatura média ganha o título de latinha. Já a mais longilínea, é a tradicional de 600ml. “Temos planos de colocá-las numa postura mais ativa”, completa Júlio Pedro.
Os entrevistados que votaram nas mulheres como tema da campanha são o público-alvo do site da cervejaria. Um click no link chamado “WC” abre duas portas de banheiro. Quem entra no masculino lê: “Pô, cara! Quer ver homem? Vai pro site das outras cervejas”. Quem escolhe o feminino vê oito mulheres que, como num desfile de debutantes, dão informações pessoais como altura, peso, medidas do busto, quadril e cintura, esporte preferido, hobby ou sonho de vida. “Se o Brasil é um país machista, talvez a gente retrate um pouco isso”, diz Júlio Pedro.
Caranguejos, moscas e cupins pagodeiros foram substituídos por modelos de carne e osso. A tartaruga boa de bola sobreviveu à era dos bichinhos animados, mas a estrada onde se passam os filmes estava precisando de umas curvinhas a mais. No terceiro filme da série, que estreou em outubro, o animal dá carona para duas moças que acabam seduzindo a tartaruga. Alguns metros depois, param num hotel. Uma das bonitonas aparece enquanto se ouvem gemidos da tartaruga. Com uma lata de Brahma na mão ela diz: “Ah, eu quero mais...” Só então surge a tartaruga, que está fazendo embaixadinhas. “Mais uma vez a propaganda transforma a mulher em mercadoria. Além de sexista, é idiota”, afirma a escritora feminista Rosie Marie Muraro. A Antarctica, que disputou durante anos o primeiro lugar de vendas com a Brahma, está lutando para não perder a terceira posição para a Kaiser. A antiga “paixão nacional” tenta agora explicar por que “com Antarctica é mais gostoso”, seu novo slogan.
Riacho — No filme Lúpulo, que estreou no começo de dezembro, três amigos tentam entender por que o primeiro gole de Antarctica é tão gostoso. Um pergunta: “Será que é a água?” E aparece a cena de cinco belas mulheres nadando num riacho. “Ou a cevada?” E de novo as lindas modelos surgem em meio a campos de cevada. Quando, enfim, um deles pergunta se seria o lúpulo, recorrem ao dicionário para ver o significado da palavra. “Planta da família das trepadeiras”, diz um deles. Logo imaginam como seria a cena e brindam à trepadeira. “Transformar a mulher em objeto ou trepadeira é um tremendo mau gosto”, diz Duailibi. “A plasticidade do filme inibe a sensualidade exagerada e transcende a questão da mulher ser ou não usada como objeto”, diz Gustavo Fagundes, gerente de marketing de cervejas da Ambev, que fabrica a Antarctica — e também a Skol e a Brahma. Um dos criadores do filme, o publicitário Cássio Zanatta, da Almap BBDO, completa: “Para quem ele se destina, os homens, é bem divertido. Num bar, os homens só podem estar falando de mulher”.
Desde que foi comprada pela canadense Molson, há um ano, a Bavaria, que tem a maior participação feminina no mercado — 48% dos consumidores são mulheres — sumiu das telinhas. No começo de dezembro, estreou a nova campanha com o slogan: “Bavaria, uma cerveja boa de copo”. Para estrelar os comerciais, nada de sertanejos ou musas etílicas. Os copos, que ganharam braços e rosto, foram eleitos garotos-propaganda. Quando a Bavaria é servida, os copos deslizam felizes. Quando não é Bavaria, eles não saem do lugar. “Temos um enorme respeito pelas mulheres que representam quase metade dos nossos consumidores. O que algumas marcas fazem com as mulheres é ultrapassado, pouco criativo e deselegante”, afirma Gustavo Ramos, vice-presidente de marketing da Bavaria.
A presença de mulheres em anúncios de cerveja é tão normal quanto mostrar crianças numa propaganda de volta às aulas. “Elas compõem o cenário do bebedor de cerveja no Brasil. É uma referência cultural”, diz Gustavo Fernandes, da Ambev.
De fato. Basta lembrar que o néctar da vida, como os antigos gregos a chamavam, ganhou no Brasil um apelido com muito mais apelo sensual: loura gelada.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010


No


No, no intentes disculparte
No juegues a insistir
Las excusas ya existían antes de ti

No, no me mires como antes
No hables en plural
La retórica es tu arma más letal

Voy a pedirte que no vuelvas más
Siento que me dueles todavia aquí
Adentro
Y que a tu edad sepas bién lo que es
Romperle el corazón a alguién así

No se puede vivir con tanto veneno
La esperanza que me da tu amor
No me la dió más nadie
Te juro, no miento
No se puede vivir con tanto veneno
No se puede dedicar el alma
A acumular intentos
Pesa más la rabia que el cemento

Espero que no esperes que te espere
Después de mis 26
La paciencia se me ha ido hasta los pies

Y voy deshojando margaritas
Y mirando sin mirar
Para ver si así te irritas y te vas

Voy a pedirte que no vuelvas más
Siento que me dueles todavia aquí
Adentro
Y que a tu edad sepas bién lo que es
Romperle el corazón a alguién así

No se puede vivir con tanto veneno
La esperanza que me dió tu amor
No me la dió más nadie
Te juro, no miento
No se puede morir con tanto veneno
No se puede dedicar el alma
A acumular intentos
Pesa más la rabia que el cemento

No se puede vivir con tanto veneno
No se puede vivir con tanto veneno